Documentário da Confra Filmes concorre em importantes festivais do circuito cinematográfico
A Confra Filmes, formada por cineastas de Jundiaí e Região, foi selecionada para dois importantes festivais do circuito cinematográfico nacional com o documentário ‘Vissungo, Fragmentos da Tradição Oral’. O primeiro deles é o Gramado Cine Vídeo, uma mostra paralela dentro Festival de Gramado.
A Confra Filmes, formada por cineastas de Jundiaí e Região, foi selecionada para dois importantes festivais do circuito cinematográfico nacional com o documentário ‘Vissungo, Fragmentos da Tradição Oral’. O primeiro deles é o Gramado Cine Vídeo, uma mostra paralela dentro Festival de Gramado.
Neste, a Confra concorre com outros cinco filmes, na categoria documentário independente. O outro festival é a 9ª Mostrataguatinga, de Tocantins (TO), em que mais de 50 filmes de todo o país estão competindo.
Em Gramado, a disputa acontece à partir de hoje, até o dia 15 deste mês, já em Tocantins, as exibições começam no dia 12 Agosto, e se estendem até o dia 18.
Para o diretor da Confra, Cássio Gusson, entrar nesses festivais foi muito importante para toda a equipe que participou da confecção do filme. “São eventos muito respeitados. Gramado, por exemplo, seleciona poucos filmes e todos eles são de alto nível”, destaca.
Ele lembra que o grupo já participou de oito festivais, entre eles, cinco fazem parte do circuito internacional. “Isso mostra a qualidade do trabalho e a receptividade do publico de cinema. Ressalta que fizemos um bom trabalho e apostamos na edição e roteiro mais adequados.”
Cássio explica que o documentário trata dos Vissungos, que são cantos que mesclam palavras do português com o Kimbundo (língua banto falada em algumas partes de Angola). “A cultura foi trazida pelos escravos africanos, especificamente na mineração diamantina, por volta do ano 1725.
Ao longo dos anos, eles foram se perdendo. Entretanto, especificamente na região de Serro e Diamantina, por conta do isolamento de algumas comunidades, os cantos permaneceram vivos até 1940”, diz ele, frisando que o documentário registra que, mesmo fragilizados, os cantos sobreviveram ao tempo e trazem em suas palavras uma história do Brasil pouco conhecida.
O grupo, que conseguiu realizar o filme sem patrocínio, pretende agora continuar as pesquisas para que um longa-metragem seja feito. Para isso, provavelmente, o grupo fará uma viagem para a Angola, porém precisa de apoio. “Fazemos de uma forma independente, mas toda colaboração é bem-vinda. Infelizmente, o incentivo cultural no Brasil é muito precário e tem um grande lobby por trás dele. A maioria das empresas patrocina apenas o que é interessante comercialmente para ela”, critica.
Este não é o primeiro filme da Confra Filmes, antes dele, o grupo já fez curtas-metragens e o documentário ‘Alforria da Percepção’, premiado no 2º Festival de Curtas de Atibaia e ganhador do prêmio Tizuka Yamazaki.
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