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 Matéria especial por Leo Luz do









Antes de começar a falar desse filme, Kell e eu já estávamos emocionados com Up – Altas Aventuras (aqui) e nada melhor do que um drama para terminar de chorar de vez no mesmo domingo, e se emocionar com a história – baseada em fatos – de um negro convivendo em uma família branca nos Estados Unidos. Mas se engana, quem pensa que estamos falando de 1800 e guaraná com rolha, pois essa história é muito mais próxima de nós mesmos.


Um Sonho Possível (do original, The Blind Side) é um filme norte-americano, baseado no livro The Blind Side: Evolution of a Game, de Michael Lewis, e conta a história real de Michael Oher, um jovem negro sem-teto e de família destruída, que é ajudado por uma família de classe alta, que acredita em seu potencial. Na trama, uma escola católica abre as portas para Oher, com a ajuda do treinador de futebol americano e de Leigh Anne Tuohy (papel da fantástica Sandra Bullock), 
onde terá que provar para si que não é apenas mais um na sociedade, e isso mudará 
a vida de todos a sua volta.


O que mais chama a atenção neste filme é a relação de amor que existe em cada membro da família Tuohy. Durante todo o filme, as pessoas veem ‘Big Mike’, apelido de Michael, como um cara pobre, negro, ameaçador, e não se importam com ele, como se fosse um animal com espuma de raiva à solta. Enquanto isso, na hi-society, Leigh Anne sente que pode fazer algo a mais em sua vida “certinha”, mesmo não sentindo falta disso, e gostaria de ajudar por ser uma mãe religiosa, mas ainda não descobriu Oher. E quando isso acontece, não só ela mas a família inteira, apoia sua decisão de manter o novo membro na família, sem nenhuma rejeição. E é nisso que o filme acerta!


A batalha de Oher não é de ser aceito na família branca, é aceitar que ele mesmo pode se superar, de fazer as coisas que sempre gostaria, mas que nunca lhe deram oportunidades. O filme não é um drama familiar que ele tem que provar que é um gênio na escola, é um drama que coloca o espectador para dentro do filme, perguntando quando vamos ter a mesma coragem que Leigh Anne teve. A única coisa que peca no filme é a tradução do título para o português, já que Blind Side faz referênça ao “Lado Cego” dentro do jogo de futebol americano, coisa essencial dentro do filme, mas que não vou dizer além disso para não estragar nada.


Entender essa coragem de se entregar, deixar qualquer preconceito de lado, alimenta ainda mais a história do filme. Mostra como as pessoas não ligam para o mundo a sua volta, apenas para si mesmos dentro de cada casa, o que gera o preconceito, a discriminação. Tudo por uma causa: a aparência externa. Claro que há o medo de que algo aconteça, mas com o apoio e a dedicação – não, melhor ainda: com o coração aberto de várias Leigh Anne’s esse mundo ainda pode ser melhor.  

Nota máxima para o filme!
Leo Luz não sente vergonha na rua. Sente uma falta de fé.






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